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O Pilates como aliado na Reabilitação Neurológica

A prática do Pilates para Reabilitação Neurológica ajuda a retardar o avanço da doença, evitando a ocorrência de complicações.

  • 24/10/2022 às 12:00:00
  • Fonte: Blog Fisioterapia
[O Pilates como aliado na Reabilitação Neurológica]
O Pilates como aliado na Reabilitação Neurológica

Existem inúmeros processos de reabilitação neurológica para as patologias que atingem as diferentes faixas etárias, das mais variadas formas.

Algumas doenças geram alterações motoras irreversíveis, outras temporárias, mas independente da maneira que ela venha, como e em que época, sabemos que afeta não só a pessoa acometida com a patologia, como todo o ciclo de parentes e amigos ao seu redor.

O Método Pilates é fundamental para a reabilitação neurológica dos seus alunos que possuem esses sintomas e vem se mostrando cada vez mais benéfico para melhora desses inúmeros fatores.

E o que veremos agora é como utilizar Pilates, como ferramenta para tratar, prevenir ou melhorar a qualidade de vida desses acometidos e de todos os envolvidos com eles.

Antes de começar a tratar da reabilitação neurológica, acho importante relembrarmos cada uma das doenças.

Então, vamos lá?

Doenças Neurológicas

Estatisticamente falando e para justificar a importância do tema que vamos abordar agora, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)1, 10% à 20%das crianças e adolescentes são acometidos por distúrbios do desenvolvimento e transtornos mentais a nível mundial.

Outra doença neurológica de grande impacto social é a Esclerose múltipla (EM). Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima-se que 35 mil brasileiros apresentem a doença2.

Não podemos esquecer da reabilitação neurológica das patologias mais comuns em uma faixa etária mais experiente. O acidente vascular cerebral (AVC) é a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil3, além da Doença de Parkinson, que atinge 1% da população com mais de 65 anos4.

Todos esses dados foram citados para mostrar, que infelizmente, as doenças estão aí, e todas elas precisam de processos de reabilitação neurológica.

Algumas patologias são passiveis de prevenção, mas outras não são nem possíveis identificar sua etiologia, o que as torna mais decorrente.

Cada uma das doenças neurológicas tem seus padrões motores diferentes e também sintomas bem distintos.

Estamos abordando problemas neurológicos gerais e, como tais, muito comumente, em maior ou menor grau, as doenças apresentam alterações motoras e cognitivas como:

  • Distúrbios de movimento
  • Alterações de equilíbrio
  • Fraqueza muscular
  • Déficit de atenção

Fica muito difícil abordar todas as patologias neurológicas existentes, são muitas.

Farei uma breve análise das principais existentes e, em seguida, vamos pensar em como o Conceito Pilates pode ser de grande valia para melhorar, em diversos aspectos, a vida desses pacientes

Algo importante e que deve ser lembrado antes de começarmos a atender este tipo de população é que, o aluno ou paciente, independente da patologia, precisa ter o cognitivo preservado, para que tanto ele, quanto você, fisioterapeuta, consigam se fazer entender, se não, não vejo como a utilização do método possa ser uma opção.

Paralisia Cerebral

A encefalopatia crônica não progressiva da infância, também denominada de paralisia cerebral (PC), é uma lesão que ocorre no período pré, peri ou pós-natal, afetando o sistema nervoso central em processo de maturação, tanto estrutural quanto funcional5.

Em suma, acarreta problemas de tônus, de postura e movimentos voluntários que, dependendo da idade da criança, área acometida e da gravidade da lesão irá determinar o grau de comprometimento neuromotor6, que podem ser os mais variados possíveis.

Cabe aqui e nunca será demais citar, realizar uma avaliação para sabermos como iremos proceder com este paciente, isto independente se estamos falando de utilizar o Método Pilates ou não na reabilitação neurológica dele.

Além de todas as desordens neuromotoras que podem aparecer, a PC pode resultar em incapacidades, limitando o desempenho das atividade de vida diárias, tanto da criança quanto de toda família7.

A reabilitação neurológica da PC através do Método

Pensando globalmente nas alterações de postura, tônus e movimento que esta população possa vir a apresentar, os princípios do método assim como os benefícios já citados na literatura nos dão base para escolher o método como complemento ou opção de intervenção, visto que artigos que relacionem esta patologia ao método ainda são escassos na literatura atual.

Quando tratamos de crianças o lúdico deve ser incorporado em todas as atividades propostas, mesmo nos ensinamentos dos princípios do método, se não houver algo que desperte a atenção da criança de nada adiantará tentar incluir o método em sua linha de trabalho.

A concentração, a centralização, a fluidez, a respiração, a precisão e o controle irão, juntamente com todo o repertório que o método apresenta, nortear os exercícios propostos para este grupo.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1992, o AVC é uma síndrome clínica caracterizada por sintomas ou sinais neurológicos focais e de rápida evolução, com duração de mais de 24 horas ou que levem à morte sem outra causa aparente que não a vascular.

O AVC é a origem mais simples de incapacidade neurológica 8 e a primeira causa de morte dentre as doenças cardiovasculares.

Por esses motivos a síndrome causa muita preocupação nos pacientes, um dos fatores predisponentes deste processo é o sedentarismo, que pode muito bem ser combatido utilizando o Método Pilates de forma preventiva.

Tipos de AVC

O AVC pode acontecer decorrente de uma isquemia ou de uma hemorragia.

O tipo isquêmico é o mais comum e resulta em uma obstrução de uma das artérias cerebrais ou algumas de suas ramificações, interrompendo o fluxo sanguíneo para área irrigada por elas.

O AVC hemorrágico é menos comum, porém gera sequelas mais graves. Mesmo assim, o tipo de comprometimento irá depender da localização da lesão, da extensão da área afetada e da quantidade de fluxo sanguíneo colateral existente.

Mesmo sabendo desta variabilidade de sinais e sintomas que podem existir, podemos citar a hemiplegia ou hemiparesia como sequela motora mais impactante pós-AVC.

Não cansarei de dizer isto aqui, é por apresentarem tantas particularidades, que não podemos esquecer nunca de realizar uma avaliação nesse paciente.

É com base nela que iremos nortear nossa conduta, traçar objetivos e saber, posteriormente, se eles estão sendo alcançados.

A grosso modo, uma hemiparesia resultante de um AVC tem o início súbito e, em sua fase inicial apresenta-se de forma flácida, evoluindo normalmente, mas não exclusivamente e nem obrigatoriamente, para uma fase espástica.

A reabilitação neurológica do AVC através do Método Pilates

Quando recebemos um paciente com disfunções motoras tão aparentes como a hemiplegia ou a hemiparesia, acabamos dando mais importância a este padrão patológico do que ao que o paciente realiza de maneira correta ou apresenta de qualidade motora.

Focar no paciente como um todo é de vital importância para que ele melhore funcionalmente e seja cada vez menos dependente nas atividades de vida diárias.

É exatamente o que o conceito Pilates propõe na reabilitação neurológica: trabalhar o indivíduo como um todo.

Os exercícios de Pilates facilitarão o estímulo ao correto posicionamento das articulações envolvidas, tentando quebrar o padrão aparente e facilitando a movimentação normal das articulações.

Mas não podemos pensar somente na questão motora de forma isolada. Esses pacientes apresentam, muitas vezes, distúrbios de atenção e concentração, de linguagem, alterações de sensibilidade.

Todos esses fatores irão influenciar diretamente na reabilitação neurológica e, assim como na elaboração e seleção das atividades do mesmo.

Antes que qualquer movimento ocorra precisamos dar ao paciente toda a estabilidade central.

Devemos também ensinar ao nosso paciente o princípio da centralização, para que os movimentos de membros superiores e inferiores aconteçam com qualidade e eficiência, minimizando o risco de possíveis lesões.

E não só isso, a musculatura do tronco trabalha diretamente na mecânica respiratória.

A paralisia de um lado do tórax causa a insuficiência respiratória levando a fadiga, sendo esse, o maior problema que acomete os pacientes hemiplégicos8. Dessa forma, cabe o ensinamento do princípio da respiração para auxiliar na melhora da capacidade pulmonar.

A pré-avaliação 

Sabemos, depois de realizar a avaliação, o que o paciente consegue, ou não fazer e também conseguimos identificar sua capacidade para ativar determinados músculos.

Importante salientar, que mesmo depois de muito tempo de lesão, vale acreditar na plasticidade neural e na estimulação de todas as musculaturas, a fim de melhorar toda capacidade neuromusculoesquelética deste indivíduo.

Quando pensamos no paciente hemiparético, existem várias abordagens distintas que podem ser aplicadas.

Facilitar os padrões normais de movimento e inibir padrões espásticos e estereotipados, como a teoria neuroevolutiva descreve9 é uma boa intervenção.

O Pilates surge para complementar esta abordagem, e incrementar às aulas conforme o fisioterapeuta acredite que seja melhor para a reabilitação neurológica do paciente em questão.

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